quarta-feira, junho 3

Presidentes americanos de 45 a 89 - Resumo Histórico

Presidentes americanos de 45 a 89 - Resumo Histórico from Vinícius Werneck on Vimeo.



Resumo histórico dos principais passos dados e desafios enfrentados pelos presidentes americanos do pós-segunda guerra mundial. Incluem Harry S. Truman, Dwight Eisenhower, John F. Kennedy, Lyndon Johnson, Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter e Ronald Reagan.

quinta-feira, abril 2

Na vida quem perde o telhado
 em troca recebe as estrelas



Tom Zé é um dos melhores exemplos de como o Brasil é pródigo em esquecer talentos, para logo em seguida reverenciá-los quando são reconhecidos em outras terras.

Não tenho conhecimentos musicais de forma alguma superiores ao da média, então não analiso aqui qualquer questão de teoria musical ou história da música. Há outros mais competentes nisso. Quero chamar atenção para que alguns amigos meus talvez passem a conhecer esse que é um dos maiores gênios da música brasileira.

O gênio que Caetano ou o ministro Gilberto Gil, por exemplo, não são. Identificados em um primeiro momento com a tropicália, que foi o movimento posterior à Bossa Nova, que fora posterior ao samba-canção, Gil, Caetano e Tom Zé fizeram bastante sucesso. Caetano que é excelente letrista e melodista, popularizou-se e cristalizou-se. Descobrindo o veio do sucesso, não mais remou em outros rios. Gil não foi diferente. Um gênio, do contrário, nunca se contém nos moldes que ele cria.

Tom Zé, o gênio de Irará – cidade que carrega consigo em cada canto do planeta quando vai fazer um show -, é artista. Mas artista em um sentido exigente proposto pelo único poeta que viveu como poeta, Vinícius de Moraes:

Picasso é como o câncer às avessas. Sua arte múltipla e prolífica representa uma tremenda afirmação de vida, pois o grande andaluz reformula-se constantemente, até quando varia sobre o mesmo tema. O quadro é para ele como um abismo onde se lança de cabeça, e que uma vez possuído, repele-o fora, como uma mulher violentada. Porque Picasso é dos poucos artistas de qualquer época a quem o abismo teme. O abismo teme esse louco saltimbanco que se atira no vácuo da tela sem saber se vai voltar – e volta sempre. De quantos mais, no nosso século, se pode dizer o mesmo?


Tom Zé se entende como processo e sua arte como uma consequência em transformação. Ele não aceita fazer melodia e letra, simplesmente, como tantos fazem bem feito. Se já o fazem, e fazem-no melhor (segundo ele próprio), por que ele seria aquele que faria o mesmo e de qualidade inferior. Tom Zé joga fora os remos, pula do barco e experimenta.

O inventor de Irará cria sons, produz novas formas, experimenta enceradeira, esmeril, jornal, tira o som da vida e faz música do improvável. Ouvir Estudando o Samba, “biscoito” que o tirou das sombras que o Brasil o colocou é uma tarefa absolutamente arrastadora. As palavras comovem, Tom Zé arrasta. É um disco que facilmente entra nos melhores discos já produzidos no país e que ficara guardado nas prateleiras empoeiradas de lojas no Brasil até David Byrne (ex Talking Heads), já à época importante produtor musical, descobrir o disco jogado em meio a tantos outros. Ele teve sua atenção chamada por arames que fazem parte da arte da capa do disco.

Tom Zé tem uma formação musical sólida – e nesse sentido teórico mesmo! Teve como mestres Hans Joachin Koellreutter e Ernst Widmer na UFBA. Foi eleito globalmente um dos melhores músicos da década de 90 pela revista Rolling Stones.
Conhecer Tom Zé exige ouvir sua música. Eu poderia falar horas de trechos e músicas que me deixam sorrindo timidamente. Vinícius dizia que "A arte não ama os covardes. Eu digo, então: a arte ama Tom Zé.



DESTAQUES:

Quando eu vi

Que o largo dos aflitos

Não era bastante largo

Pra caber minha aflição,

Eu fui morar na estação da luz,

Porque estava tudo escuro

Dentro do meu coração.


Na vida quem perde o telhado

Em troca recebe as estrelas

Pra rimar até se afogar

E de soluço em soluço esperar

O sol que sobe na cama

E acende o lençol

terça-feira, março 17

Um último dia em Jackson

Eu acredito que se pode medir a sinceridade de uma lágrima por sua temperatura. Hoje chorei lágrimas pesadas e quentes. Essas são lágrimas que não exigem som, não exigem nada além de 2 ou 3 soluções no intervalo de tempo de uma rapsódia.

Despedi hoje de praticamente todos aqui de Jackson. Das pessoas do trabalho, dos conhecidos, das criaturinhas frequentemente vistas nos vai-e-véns. Foi ruim, mas foi. Depois, agora a noite, os amigos apareceram aqui em casa e foi tão difícil.Ontem já havia chorado escrevendo a carta de despedida do Donovan (que vou deixar na cama dele quando sair em algumas horas. Hoje chorei novamente.

Chorei despedindo do Mat. Aí vi que não ia aguentar. Ia piorar, a cada um que viesse despedir. O Mat não chorou, mas ele tomou todas pra ajudar no processo. Ele despediu de mim e depois voltou 5 vezes para dar outros 5 abraços. E ficava olhando pra mim de longe com cara-de-Que-foda-essa-situacão-Ô-diabo-Sô (ou em inglês "a What-the-fuck-I-Hate-goodbyes-Wha`the-hell-Damn-it-face").

Chorei despedindo do Ty, meu irmãozim mais criança daqui, que tem língua presa até para falar Vini e eu acho isso MUITO maneiro. Nunca tinha visto ngn com língua presa para falar Vini. Vou sentir falta dele gritando Vinnie. Ele nunca falava meu nome, só gritava: Vinnieeee! Queria conseguir falar ingles com língua presa, acho maneiro. O Ty também não chorou mas ficava o tempo inteiro falando: Vinnie... Vinnieee! Vinnie... E ia e voltava, abraçava, ameaçava ir, voltava. Engraçado como cada um lida de uma forma com despedidas.

O Ty veio despedir junto com a Megan e aí eu chorei mais ainda. Como vou sentir falta dela também! Ahhhhhh! Isso é um tanto ruim. Ela é um anjinho, carinhosa, cuidadosa, ajuda tudo que a gente precisa, não há nada que a gente possa reclamar dela. E ainda passa aperto aqui também, pois ela não se adapta tanto em estar numa cidade de riquinhos (eu não tenho contato com eles... Só tenho amigos legais). Ela passa aperto e ficou muito grudada na gente e ah... Jogar video game com ela é legal. Sempre que ela jogava com o Kirby (um personagem de Super Mario Smash) eu ficava falando: Quem tá jogando com o Pikachu, pois isso deixava ela com vontade me me bater. E sempre que ela brinca que vai me bater ela dá um tapinha no meu rosto que é tão de leve e com a ponta dos dedos, que se houvesse um inseto pousado nele eu juro, juro que ele sobreviveria. Ela não chorou mas estava segurando um tantão. Mas eu chorei por ela.

Aí vieram outras pessoas e eu não chorei. (Uhuuu!) Aí veio o Jake. Jake é o melhor amigo do Donovan (meu roomate) e vivia aqui. A gente tava sempre junto (Eu, Xand - que veio comigo -, Jake e Donovan). Ele veio falando que tinha que ir e começou a chorar. Aí eu chorei também e o Xand chorou também. Eu abracei ele apertado e fiquei pensando como a vida é engraçada. Há tantas pessoas especiais no mundo. Quando ele saiu, chorando, a primeira coisa que eu fiz foi agradecer a Deus por ter tido uma temporada tão perfeita. Perfeita a ponto de molhar o rosto de lágrimas diversas vezes durante a noite.

Daqui a algumas horas despeço do Donovan. Esse irmão que fiz aqui vai fazer muita falta. Mesmo. Dói imaginar ficar sem todos eles. Sem o Donovan dói dobrado. Morei com ele 2 meses, trabalhei 4 meses. Morar junto e trabalhar no mesmo lugar fez com q nossa amizade ficasse amizade de anos em apenas 4 meses. E agora está doendo bastante, viu... Está sim. Sabia que ia acontecer assim, mas está doendo.

Não sei a temperatura das lágimas que vão nascer dos meus olhos quando tiver que dar o abraço de despedida. Talvez o último abraço, pois não está nos meus planos voltar a Jackson. De verdade. Não por conta de como foi, pois foi perfeito. Mas formo em outrubro e preciso achar emprego ou entrar em um mestrado...

O Donovan entrou no nosso quarto mais cedo sem falar nada, deitou numa das camas. Em alguns minutos ele estava com as mãos cobrindo o rosto e chorando sem fazer sequer um movimento milimétrico ou qualquer decibél passível de audição.

Nessa hora não chorei. A vida se impôs muito grave em minha consciência e pude sentir um pouco de Deus e da eternidade nisso tudo. Agora além de estar em São Paulo e em Juiz de Fora e em Brasília e em Georgia e em Curitiba e no RJ... agora eu também estou em Jackon, no coração de mais de uma dezena de amigos e amigas que eu amo. Agora além de estar em Jackson, eles vão comigo para o Brasil. Sorte que meu coração não vai ser escaneado na alfândega...

sexta-feira, março 6

Teste de Desordem de Personalidade

Personality Disorder Test Results
Paranoid||||||||||||46%
Schizoid||||||||||||46%
Schizotypal||||||||||||||||||78%
Antisocial||||||||||||||58%
Borderline||||||26%
Histrionic||||||||||||||58%
Narcissistic||||||||||||||58%
Avoidant||||||30%
Dependent||||||||||38%
Obsessive-Compulsive ||||||||||||||58%
Take Free Personality Disorder Test
personality tests by similarminds.com

Aí segue o que consta na Wikipedia para Schizotypal Personality Disorder. Essa é a única que deu realmente alta. HauehiUHEauiea Medo....

O Transtorno de Personalidade Esquizotípica pode ser classificado como um modo suave de esquizofrenia. O transtorno é caracterizado por formas incomuns de pensamento e de percepção, e tendência ao isolamento. Os portadores deste diagnóstico muitas vezes crêem ter habilidades extra-sensoriais ou que eventos não relacionados se relacionam a eles de alguma forma importante. Eles, algumas vezes, se empenham em comportamento excêntrico e têm dificuldades em se concentrar por longos períodos de tempo. Suas conversas geralmente são excessivamente elaboradas e difíceis de acompanhar.

Pelo menos meu borderline deu baixo! CARACA, que alívio. Não faço a mínima idéia do que isso significa, mas estou grato de não ser um borderline. Dá medo esse nome... saca sou, alguém chegando pra vc e falando "Ow, sou um borderline!" e depois piscando o olho. =D

Estou esperando a opinião da Agna, já dizendo que se ela concordar q eu sou um pouco adepto da esquizofrenia, a gente vai ter uma conversinha séria. UHEaiuehUIEa Fiz o teste só de zueira, viu, Guininha! Fica brava nao... Quero ver o teste da Mariana Mendes, do Tico e do Nicks. Da guininha tb. =D

PS: verdade meeeeeesmo, não encaixo em nem 1 dos 10 itens sugeridos no site da wikipedia em ingles para essa disordem. Mas é divertido pensar q sou assim. Nossa, isso que acabei de fazer  me encaixa em um dos 10 itens (simplificadamente: excentricidade e pensamento inusitado).

-x-

OFICIAL DO SITE:

Schizotypal Personality Disorder - individual is uncomfortable in close relationships, has thought or perceptual distortions, and peculiarities of behavior.

Histrionic Personality Disorder - individual often displays excessive emotionality and attention seeking in various contexts. They tend to overreact to other people, and are often perceived as shallow and self-centered.

Obsessive-Compulsive Personality Disorder - individual is preoccupied with orderliness, perfectionism, and control at the expense of flexibility, openness, and efficiency.

quarta-feira, fevereiro 25

Entre brumas e colinas

Estou nos EUA agora, mais precisamente em Jackson, no desconhecido estado do Wyoming. É um estado "kind of redneck", mas que a gente acaba aprendendo a gostar. Ah, na verdade não conheço o Wyoming-além-Jackson. E olha que Jackson é meio que uma Xanadu mongoliana perdida num deserto branco. Talvez Mr. Kane não conhecesse a região, do contrário teria construído sua cripta no topo dos Tetons.



The Tetons - Jackson, WY - USA

Mas em breve estarei voando sobre essas montanhas em direção a São Francisco. Não havia melhor opção. Como Herb Caen ousava dizer, se um dia fosse para o Céu ele daria uma olhadinha em volta e diria... É, não é que seja ruim, mas não é São Francisco. Tendo deixado meu coração em São Francisco, assim como o fizeram Dean, Tony e Frank (cujos respectivos sobrenomes são Martin, Bennett e Sinatra), sinceramente entendo meu estimado companheiro de profissão e ganhador do pullitzer, Herb Caen.

Fiz o vídeo abaixo ano passado. Vale a pena ver, pois é relativamente curto para a quantidade de lugares diferentes que aparecem. A tradução da primeira estrofe da música é bem livre, já vou avisando...


Deixei meu coração em São Francisco
No alto de uma colina ele me chama
Para ir onde bondinhos escalam a meio caminho das estrelas
E a serração da manhã, talvez, preencha o ar.


Vou lá buscar meu coração, que terá que decidir de uma vez por todas: ou SF, ou Eu. Espero que ele volte comigo para o Brasil, mas não posso obrigá-lo a coisa assim. É cruel. Talvez ele aceite se dividir entre a cidade mais linda que ele já viu na vida e o peito no qual geneticamente ele devia estar de forma inteira. Corações não são seres ajuizados, de qualquer forma.

Comprei minha passagem de Jackson para São Francisco por 149 dólares. Foi um achado incrível (comemorem!), visto que a mesma passagem durante todos os outros dias do ano custa em torno de 600 dólares. Fiquei imaginando, mais por uma questão do meu humor ácido do que por maldade (acreditem!), como seria legal se eu, sentando no meu lugarzinho no avião, olhasse para os meus dois lados e dissese: "Oi! Paguei 149 dólares para estar aqui nesse vôo. E vocês?" Aí sorriria. Acho que chegaria sem dentes em SF.



O problema é que minha língua poderia ficar caindo para um dos lados caso me batessem apenas de um flanco.



Mas acho pelo menos que essa cara de quem morreu e não se deu conta não está conectada com a ausência de dentes. Há alguns outros fatores que colaboram para isso. Mas ver essas fotos me animou a evitar qualquer comentário que possa ter efeitos nefastos em minha passada por SF.

Chega a ser maldoso imaginar - car San Francisco est célèbre pour ses belles maisons victoriennes, ses tremblements de terre, ses rues très pentues - que a prisão de Alcatraz foi construída numa ilha próxima o bastante de São Francisco para que os prisioneiros pudessem vê-la se movimentar e ouvi-la pulsar, mas longe o bastante para que não sobrevivessem se tentassem uma empreitada nas águas geladas do Pacífico. O verdadeiro castigo de Alcatraz era lembrar os prisioneiros, a cada segundo, que a vida continuava lá fora. O pátio da prisão tem uma vista belíssima da cidade, que eles podiam ver por alguns minutos nos poucos dias da semana que esticavam as pernas. Sabiam quando a cidade se aquietava para dormir e ouviam os primeiros murmúrios com o nascer do dia.


Atrás do bondinho vê-se um pedaço da ilha de Alcatraz

Em três semanas troco as montanhas do Wyoming pelas colinas de Frisco, The City That Knows Hall.

Me deseje boa viagem!

quinta-feira, janeiro 29

O AMOR E O MAR

Assim como o mar não entende sua própria imensidão, assim como ele não toca seu início e seu fim pertencentes a universos distintos, da mesma forma o ser humano não se reconhece em sua infinitude. Mas o amor não é como um oceano ou como o ser humano, infinito em sua objetividade. O amor é como a espera entre uma onda e sua subsequente, o amor é como a ilha de Saramago, que sabe-se lá, mas não se sabe onde, o amor é como o náufrago, perdido do mundo mas em uma luta constante pelo retorno; incomparável e único e só, com a esperança sendo seu último esteio. O amor é a espera entre uma onda e outra - é a esperança de um náufrago perdido no desconhecido de si mesmo.

Vinicius Werneck - Madrugada de 29/01/09 - Jackson, WY - USA

sábado, julho 5

Ecos da Ditadura - I

Quando Dr. Ovídio foi numa festa de inauguração de um belíssimo curso mobral no começo de 70 ele só fez chorar. Chorava e dizia: quem é que quer a democracia? Ninguém! Mas até que uma povocraciazinha não fazia mal.

v.w.

sexta-feira, junho 27

PODCAST aqui em cima!

Gente,

Comecei a fazer podcasts novamente. Participei de podcasts na época que ninguém sabia do que isso era. Agora estou voltando mas não conheço muito bem os equipmentos que estou usando ainda. O programa do mac é bem diferente do windows, então a captação não ficou das melhores. Nada como alguns testes.

Ouçam e comentem se realmente ficou muito baixo e algumas horas o som ficou meio alto.

Podcast Entre Aspas está de volta!

vinicius

ACORDANOITE

Acorda.
Anoiteceu.
A noite morre de desejos de ter seu próprio cavaleiro andante.
A noite corre aos gritos moucos atrás dos loucos que vão adiante.
Atenção, é importante: a cor da noite - anoiteceu.


v.w.

segunda-feira, abril 7

Nem se eu tivesse

Sabe como é se sentir em dívida, né? Aquela sensação de que tem algo que você deveria fazer, mas por causa do descentramento da identidade no sujeito pós-moderno – ou por qualquer desculpa culta que eu possa imaginar -, você adia ad nauseum um compromisso, por algum motivo que é alheio à lógica do coração... Sabe?

Pois é, está na hora de fazer uma coisa que há muito precisava. Não é dizer obrigado, pois algo me diz que não se agradece essas coisas, algo me diz que isso deveria ficar subreptício, num entre-lugar, no interdito.

Não vou agradecer, não. Mas vou demonstrar a importância, para mim e para todos, de uma amizade que começou nos pródomos da própria vida (quis dizer que ela começou junto com a vida) e não termina, pois está além da vida.

Nan (oficialmente Renan Ishi) é um irmãozinho que mora longe. Tenho essa mania de conseguir fazer irmãos em tantos diferentes e imprevisíveis lugares! Isso me trás coisas boas, mas me trás muita saudade! Saudade de dar um abraço que nunca dei, por exemplo. Isso é tão estranho quanto sentir-se dolorido ao acordar, após uma longa partida de video-game na noite anterior. Sim. Mas não é estranho hoje em dia, pois existe o Nintendo Wii (pesquisem, se necessário)! E também não é estranho sentir saudade de um irmão que nunca vi, pois existe internet! E porque amizade e distância não tem qualquer relação além de saudade.

Tem uma música linda que tem um trecho a seguir, e que dedico hoje pro nan:

Nem se eu tivesse todo o ouro, e não tivesse um amigo nada teria.
Mas quando eu começasse a me sentir sozinho
Quem é que me consolaria?
Mas deus é bom botou você em meu caminho
Pra que não falte a alegria.


Irmão, você está longe, mas me ajuda muito mais do que muita gente que vejo diariamente. Detenho um obrigado nessa frase, que está doido pra ser escrito. Só queria escrever esse texto para que você soubesse o quanto te admiro e gosto de você. Conte comigo para qualquer coisa, qualquer dificuldade, qualquer luta, vitória ou ocasionais e esparsas derrotas. Você é um irmão de primeira! Bora jogar Wii qualquer dia... Mas cuidado, sou o Rei do Wii. =P

domingo, março 9

Cartas de um Náufrago

A trilogia está pronta. Os três poemas tem as respectivas gravações. Uma dica minha: gravações de poema sempre ajudam a gostar dele. Acho que chegou a hora de dizer: isso não é mais meu. E é isso que faço agora....

Epígrafe: Lua


I

ÁUDIO


Eu te amo como um náufrago, como o próprio oceano infinito, eu te amo como uma criança perdida, como uma cidade em ruínas. Eu te amo com a impermanência de um cometa, com a presteza de um sorriso. Te amo como um pássaro que mergulha num jardim desconhecido, como um vento que não sabe aonde vai, como uma palavra perdida na eternidade. Te amo como um suspiro que não termina, como um olhar no intervalo de um abraço, como um silêncio suspenso entre duas almas. Te amo com medo de sofrer, com as lágrimas desse medo represadas na alma, com a incerteza do futuro pendendo na ponta de um momento.

Vinícius Werneck
24.08.07



II

ÁUDIO


Não há mais naufrágio, não há oceano. Não há criança nem ruínas. Passou o cometa. Não há sorriso nem pássaro nem jardim nem vento. Não há palavra ou eternidade. Terminou o suspiro e o abraço. O silêncio matou o olhar. Não há mais lágrimas. Não há mais alma. E eu ainda te amo.

Vinícius Werneck
Jackson, Wy/EUA - Janeiro/08



III

ÁUDIO




Porque meu olhar de criança resta em sua memória, e lá apenas, como pedra que se perde no fundo de um lago, que se perde no bosque, que se perde, que se perde...

Porque teu sorriso é pesado fardo e tua voz me persegue como eco na solidão da minha alma, tendo tanto por esquecer, foi aí que acabei por esquecer a mim mesmo... em um canto escuro, em uma esquina, em um lugar qualquer no caminho que se estende entre nós dois.

(Lembra dos luares, lembra da escuridão?
Lembra de sentir medo e de tremer de frio?
Lembra dos sorrisos, lembra da canção?)

Porque teu lembrar é uma via a qual devo percorrer, procuro sufocado um caminho a esquerda, um abrigo, uma guarida qualquer para poder morrer de amor e renascer...

Vinícius Werneck
Jackson, Wy/USA - Fevereiro/08



domingo, dezembro 30

FOTOS!

Gente

tem mta foto em:

http://www.flickr.com/photos/22042035@N07/

entrem!

abs,

vinicius

(E COMENTEM LÁ!)

terça-feira, dezembro 18

This is America (?)

Há 16 dias atrás saí do Brasil. Viajei do Rio de Janeiro para São Paulo, depois para Nova Iorque. A viagem pra São Paulo demorou a começar um pouco, mas acabou que chegamos em Nova Iorque no horário previsto – seis e pouca da manhã. (Me desculpem o texto mal escrito, mas estou perdendo um pouco da facilidade de usar o português – creiam!. É algo que destrava logo, talvez na metade do texto. Como tenho pouco tempo, vai esse texto mesmo.

Estou no Cadillac Grille... Acabei de pedir um Billy Giant Cheeseburgue – sem cebola, sem maionese e sem alfaca (a alface aqui é ruim).



Pensei em um punhado de coisas pra contar... cada coisa que acontece dá vontade de contar... Queria poder escrever na hora que as coisas acontecem. Tem tanta coisa pra falar, sabe... mas essas coisas somem da minha cabeça... Minha memória definitivamente não me permite ser escritor. Quando tentei escrever um livro me surpreendi não sabendo o nome dos personagens ou não lembrando que eles existiam ou eram parentes 20 páginas atrás. Me dá medo isso, mas tudo bem. Cada um tem o que precisa...

Aqui ta passando futebol americano na TV – e isso passa direto. Não está tocando música de natal, mas isso é algo que definitivamente acontece o dia inteiro. All day long... To falando inglês o dia inteiro. O Marcus – ou o Lucas?... eta memória ruim – disse que antes de ontem eu sonhei e falei dormindo... Novidade? Sim... Foi em inglês. Tenho uma capacidade muito grande de me afundar na língua e começar a pensar mais ou menos nela. Quando saía da aula de 1 h e meia de inglês, eu falava thanks pra mulher da padaria lá em Juiz de Fora. Esse texto, eu comecei a escrever as primeiras palavras em inglês, aí me dei conta.

As pessoas aqui não conseguem falar meu nome... elas tentam e tentam mas não fica natural. Incrível... Nem eu sei o que ta de errado, mas ta errado. Meio q eles tem dificuldade com o monte de I e falam com som de E, ou então eles não conseguem falar o CIUS. Aí todo mundo me chama de VINI. É engraçado pq no Brasil só me chama de vini quem me conhece, e aqui até telefonista de entrega de pizza me chama assim....

Ah, eu tava com saudade de escrever aqui. Na verdade to com saudade de um monte de coisa... To com saudade dos meus amigos e família (muitaaaa), to com saudade da minha vida em JF, de sentir calor (pouco calor), de minha cama, dos meus livros, da minha internet boa, do meu armário, do cinema, de fazer coisas aí em jf, de tudo...

Mas eu to gostando, muito. Estou muito cansado, pq na última semana trabalhei quase 80 horas. Trabalhei nos últimos 11 dias sem um day-off (dia de folga), de manhã a tarde e a noite. Hoje falei com o chefe e ganhei um day-off pra amanhã. Que bom... ontem tava tão cansado que nem conseguia fazer nada mais.

Comprei algumas coisas já... Um óculos de sol – aqui é muito claro, pois é tudo branco -, um iPhone – aí tem o iPod + câmera + celular nele... -, bota de neve, um walkie-talkie (baratim, 22 dólares) pra levar pro CEIFA... eu acho que é isso.

Comprei também um livro em Salt Lake City, continuação de 2 livros que tenho aí no Brasil, chamados Pilares da Terra (Vol. 1 e Vol. 2). A continuação chama World Without End (Mundo Sem Fim). É do Ken Follet e deve ter umas mil páginas. É perfeito. Li as primeiras 12 páginas sem parar, em pé, na lavanderia... Só agarrei em 2 palavras! Fiquei bem feliz. To dando conta de conversar direitinho e entender bastante. Quando não entendo aqui provavelmente não entenderia em português também – pois são por problemas como “falar baixo”, “pra dentro”, “de costas e baixo”, “com barulho”, “sobre coisas que não conheço”.

Enfim, to na minha hora de almoço aqui, no restaurante, escrevendo esse texto. Envio quando chegar no hotel. O sanduíche deve estar chegando. É lindo, vou tirar foto pra vocês um dia. Ah, o iPhone é LINDO também. O guxin vai ficar doido com ele, pq o guxin ama celular e essas coisas. Hahaha Empresto por 100 reais o dia, viu!

Boa semana de véspera de natal pra vocês!

Saudades eternas!

vini

terça-feira, novembro 27

Despedida - MEDC

Creio ser a amizade o ponto exato em que o conhecimento sobre alguém e o amor se encontram sem conflito. Uma frase espirituosa do Millôr Fernandes diz: “Como são boas as pessoas que não conheço bem”. Verdade. Por isso é tão mágico, é tão intenso, quando mesmo sabendo os defeitos e conhecendo intimamente, amamos alguém e lutamos por sua felicidade. Amizade é a região da alma mais pura e divina, que ama sem egoísmo e quer bem sem contrapartida.

Segunda que vem não estarei mais aqui. Essa sala, essa casa e vocês todos, estarão ao alcance do meu coração, mas não mais ao alcance dos meus olhos e do meu abraço!

Sei que deixo para trás – sem os perder – amigos que me fizeram a pessoa mais feliz do mundo. Deixo em Juiz de Fora uma vida mil vezes melhor do que mereço. Deixo amigos aos montes, sim, amigos. Pessoas que eu amo, pessoas que eu admiro, pessoas que me fazem ter vontade de chorar sempre que me lembro da distância que se aproxima.

Aquela tristeza que um filho sente ao ser deixado pela mãe, pela primeira vez, numa creche. “Ela não vai voltar”. Ela sempre volta, mas a tristeza daquele momento inicial, o momento da despedida, o momento em que as mãos se separam dando espaço ao tremendo abismo da saudade, aquele momento é intenso.

Mesmo que a presença física não seja atributo indispensável da amizade, ela faz falta naqueles que vêem nos amigos a força a continuar. Alguns podem achar que essa carta é um exagero, mas se há algo que sozinho faz o mundo valer a pena, são meus amigos. Vocês são imprescindíveis para mim. É isso: amigos são meu ar puro, não é, irmão?. Se consegui uma vez angariar tantas pessoas das quais jamais me esquecerei, não será tão difícil conseguir novamente. Tomara.

Desde sempre acreditei que o amor era algo simples, algo tangível, viável. Temos modificado bruscamente o significado da palavra amor. Dizer "eu te amo" tem sido algo reservado a deuses, completamente fora do nosso cotidiano. Como se, para amar, precisássemos de algo além de um coração aberto.

Ah! Como seria belo se disséssemos “eu te amo” a todos aqueles pelos quais sentíssemos isso. Pois longe de aprisionar ou nos deixar vulneráveis, o fato de amar e ser amado deveria nos encorajar, nos felicitar, nos completar!

Conceituar o amor é impossível, pois o amor não foi feito para habitar dicionários, nem para ser resumido em letras, foi feito para se sentir. O amor seria o Amor se em nossa inteligência coubesse? O mar seria o mar se encerrado em duas mãos reunidas? O infinito, o que seria, se fosse circunscrito?

Se não sabemos dizer o que é o amor, ao menos é possível dizer quando ele existe: e ele existe quando temos a certeza de que certa pessoa é importante para nós, é insubstituível, e inesquecível. Para mim, o amor torna o ser amado inesquecível. É como se amor fosse o instrumento da inesquecibilidade. Se uma pessoa que nos faz feliz é inesquecível, isso é amor. Se adoramos ou queremos bem a alguém, em algum tempo iremos esquecê-lo. Entretanto, aqueles que amamos se tornam eternos. Por isso amar é tão belo e imprescindível. É a eternização de quem nos faz feliz.

De toda forma, carrego comigo a certeza de que a amizade é mesmo uma coisa tremenda. Carrego comigo a prova concreta – e que queima em mim pela saudade antecipada – de que vale a pena amar as pessoas.

É. Tenho certeza de que dará certo. De que seguindo aquilo que creio mais correto para mim e para os outros é possível ser feliz de novo e de novo. Sempre.

É. Dará tudo certo porque insistirei em ser eu mesmo, e não ligarei para aquilo que os outros esperam que eu seja. Estarei feliz comigo mesmo, portanto feliz com o mundo.

Dará tudo certo. Dará certo porque, independente da distância, sempre terei amigos me esperando para qualquer momento menos feliz e também – e principalmente - para os de extrema e harmônica compreensão do mundo.

Amo vocês, vocês são inesquecíveis pra mim.

quinta-feira, novembro 15

I'm going to Jackson!

Estava vendo telecine-qualquer-coisa, comendo um pão de batata com presunto queijo e um pouco de macarrão-conchinha do almoço - ficou bom! - quando uma música começa a tocar. O filme era sobre Johnny e June. A música é essa que provavelmente você está ouvindo.

I'm going to Jackson.......

Pois é... E logo no dia em que decidimos, finamente, após choro e vela, nosso destino. Será mesmo que é possível escolher o destino?

Chegamos em Nova Iorque na terça 6 da manhã (horário de lá) e vamos para Salt Lake City em Utah lá pela 1 hora da tarde. SEIS horas de viagem depois e apenas QUATRO horas mais tarde de acordo com o relógio de pulso (viva o fuso horário!) a gente chega no nosso segundo intermediário. Ficamos em Salt Lake City até o dia seguinte, dia 5 de Dezembro, quando vamos pela manhã ao escritório de seguridade social norte americano e, finalmente, rumamos para Jackson!

I'm going to Jackson....

Jackson é uma cidadezinha do interior do estado do Wyoming com 8 mil habitantes (a capital do Wyoming é Cheyenne).



O Wyoming é aquele estado verdezinho ali, no meio do mapa, ao norte do Colorado.

Depois dou mais informes sobre o vôo e tudo mais, o que importa é que....

I'm going to Jackson,
And that's a fact!